terça-feira, 30 de junho de 2009

The new FIDE - Tattoo !


Como reparou o caro Rato do Alekhine num comentário ao post sobre "The Sorcerer" (26 de Junho): para Bronstein o rating da FIDE "was like the number burned on the arm of a concentration camp inmate" ("era como o número queimado no braço dum habitante dum campo de concentração", frase a ler na página copiada, mesmo acima do título "Dark Present, Rosy Utopia"). Pessoalmente já não ligo tanto ao meu Elo - FIDE como antes, mesmo assim: esta analogia é muito forte para o meu gosto. Uma tatuagem no sentido figurado parece-me mais simpática: um FIDE - Tattoo!
No fim do segundo trimestre verifiquei os "expected rating-changes" dos Alekhinistas, a partir da lista publicada (8 de Abril) no "Blogue do Alekhine"; aqui os novos ratings + alterações (nalguns casos pode haver uma diferença de arredondamento de um ponto).
Alberto Eggert 2200 +28
Marinus Luyks 2186 -11
Rui Marques 2152 -6
Renato Vasconcellos 2120 +5
Paulo Cruz 2110 +7
Hugo Rato 2044 +21
John Simões 2034 +12
André Antunes 1975 0
Carlos Botelho 1974 -7
António Castanheira 1970 0
Carlos André Ferreira 1964 0
António Garcia 1962 -3
Carlos Aguiar 1941 +3
Vadim Maslov 1935 -3
Renato Figueiredo 1931 -10
Carlos Correia Lopes 1927 -31
Pedro Coelho 1923 0
Mário Silva Araújo 1921 0
Manuel Curado 1912 -27
Paulo Lameirinhas 1894 0
Jorge Pires 1891 0
Artur Gavieiro 1872 +13
José Guerreiro Ferreira 1863 -16
José Cidreiro Lopes 1851 -11
Rui Pedro Castro 1824 -7
Armando Reis 1819 +68
Gabriel Sousa 1817 -5
Rui Barreira Lopes 1787 0
Carlos Moreira 1786 -7
Alexandre Santos 1782 -14
Marco Domingues 1781 +16
Paulo Correia 1777 -48
Rudolfo Bento 1753 +42
Eugénio Louro 1741 0
José Pedro Tavares 1711 0
Amadeu Solha Santos 1709 +28
André Fernandes 1706 -9
João Quintas Godinho 1700 +10
Ricardo Bravo 1689 -18
António Bento 1686 +18
Mário Sena Lopes 1679 0
Alexandre Correia 1663 -5
Miguel Amorim Silva 1641 +62
José Sargento Pascoal 1635 0
José Fern. dos Santos 1627 -17
José Palma Fernandes 1623 +23
José Alexandre 1619 -2
José Abrantes 1611 0
Dagoberto Markl 1610 -3
João Gamboa Cardina 1609 +14
Alfredo Videira 1574 -30
Ângelo Francisco 1538 -18
José Paulo Sousa 1528 0
Norberto Santos 1451 +6

8 comentários:

Anónimo disse...

Um devaneio.

Sendo D. João II, O Príncipe Perfeito, o maior estratega político da História de Portugal.
Sabendo que ele jogava Xadrez quase todos os dias na sua Corte, pergunto-me o que seria do País se tivesse como 1º Ministro o MI Diogo Fernando??

Como seria bom os políticos terem um rating pelos resultados das suas políticas, para além do rating sufragado. Mas isso podia dar má imagem...

Todas as pessoas podem ter números, desde que os números não tenham pessoas.

Rato do Alekhine

disse...

Grande devaneio, Hugo.
Já agora, naquilo que fazes fora do Xadrez, qual é o Elo que terias?

Anónimo disse...

Boa pergunta. Fui injusto com os políticos. O rating é apenas para um jogo. Os políticos não precisam de números...

Rato do Alekhine

disse...

Olá, Hugo, acho que tu és mesmo justo, ao falares sobre essa questão.
Eu só espero a resposta sobre a minha pergunta. Abraço
P.S. Para que compares, antigamente eu pensava que era como mínimo, um MI na minha profissão (massoterapia), mas ao passar dos anos, finalmente percebi que só devo ter uns 2100 Elo naquilo que faço fora do xadrez, se houver dúvidas, posso mesmo comprovar aquilo numa prova oficial.

Anónimo disse...

Julguei que o caro Alberto estava pronto para o debate político! Não quis ofender ninguém com o devaneio. Era uma brincadeira sobre o Rei estratega que jogava Xadrez quase todos os dias. E aquilo dos números e das pessoas era sobre o Holocausto, já vinha de posts anteriores sobre o Bronstein.

Penso que não me fiz entender. Pode-se atribuir um rating à eficácia de algumas acções dos políticos, como noutras profissões, à semelhança de um jogo. É uma avaliação. Mas os políticos usam sempre os números, e vivem de números, nem que seja o das urnas. Daí o exemplo para a brincadeira com o ELO. Quanto a classificar a carreira, e muito menos a vida, numa escala de “ELO xadrezístico”, é para mim impossível. Pelo menos sem a respectiva calculadora da FIDE...

Aquirindo então um tom menos de blog, com apresentações. Sou Engenheiro Alimentar e também Formador em Segurança Alimentar (jogo do gato e do rato com a ASAE) . E posso modestamente dizer também músico, mas nunca passei de semi-profissional do circuito de bares. E já fiz outras coisas.

Rato do Alekhine

disse...

Olá Hugo,
é óbvio que não há qualquer ofensa naquilo que tens exposto.Como é de óbvio que não se poderia medir a todos com a mesma medida. No entanto, quem joga xadrez, por analogia, pode aceitar, embora só teoricamente, a possibilidade de comparar o desempenho de cada individuo, naquilo que ele faz, utilizando este já mítico e discutível sistema Elo.
Só quem é jogador, poderia aceitar, por convenção, essa via de avaliação de aptidões. Por exemplo, quem joga tenis, talvez poderia aceitar o sistema que é usado nesse desporto para avaliar a performance de cada um dos desportistas. Penso que há mais tentativas em outras áreas para de algum modo conhecer as potencialidades de cada individuo.
Ora bem, nós, como as vezes jogamos xadrez, e estamos federados, com isso aceitando as vicissitudes matemáticas da avaliação de força dos jogadores, idem o por vezes inflacionário Elo, podemos, sempre através da analogia, utilizar aquele modo de avaliação (why not?) sobre outras áreas onde o ser humano deve demonstrar alguma idoneidade. Claro que isso seria só uma tentativa de avaliação. Contudo, não é assim tão imprecisa, sempre que se possa medir as capacidades de cada pessoa em termos estatísticos. Penso que lançaste uma excelente ideia que tem toda a razão de existir pela sua originalidade.
Em termos de Elo, até poderíamos fazer comparativas muito engraçadas. Imagina um taxista que faz o seu trabalho a um nível de 2600 Elo. Se eu tivesse que escolher, por razões de segurança, apanharia sempre esse táxi. Se tivesse que eleger um candidato político com um Elo superior aos 2500, sempre seria preferível, sabendo nós, o que aqueles 2500 custam. Ou um dentista de 2700 Elo :) Estás a ver que a tua ideia nem é assim tão maluca. Só que nem todos jogam xadrez, por isso, nem todos têm a clareza nesse tipo de cálculos, que acabam por ser um dado de foro estatístico. E para concluir, como uma tentativa de auto-refutação, mencionaria o meu Elo, que é, segundo acho, nada preciso, quanto à minha força xadrezística.Quer isto dizer que na realidade, se me tivesse que avaliar numa prova, daquelas onde os rivais fossem de igual ou maior força prática à minha, é possível que ficaria numa posição bem baixa. Embora, como não faço esse tipo de provas muito amiúde, também não posso ter a certeza absoluta.
E para terminar, imagina, Hugo uma menina de 3000 pontos Elo. Eu duvido que tal menina exista, mas é sempre uma possibilidade. :)
Abraço

Rini Luyks disse...

Nunca pensava que a nova lista dos ratings podia dar azo a uma discussão de números de tão alto nível, 2500, 2600, 2700 :)!.

Caro Rato, os teus comentários são posts. Torna-se urgente uma elevação ao estatuto de colaborador!

Alegra-me também a revelação dum terceiro músico neste blogue (haverá ainda mais!?). Às tantas ainda vamos montar um espaço de ensaio no sótão da sede co clube!?
Pois, o circuito dos bares...uma fase aparentemente inevitável na carreira de qualquer (semi-)profissional na área da música popular. No início dos anos '90 eu tinha o meu circuito de casas mais ou menos mal afamadas no Bairro Alto. Mais na memória ficou-me um bar chamado "Bourbon Street" (deve ser por causa da canção do Sting). Trabalhei lá com uma cantora francesa Sylvie, um repertório de Brel, Piaf, Ferré, etc, muito agradável. Só que de repente o dono começou a ver "números" e rebaptizou o bar de "Casa da Cerveja" com uma nova política: beber cerveja à discrição. Beber uma hora 400 escudos, beber duas horas 600 escudos, beber três horas 800 escudos. A cantora fugiu logo, eu ainda toquei mais uns meses a solo, mas com uma romaria cada vez maior de marinheiros do Cais do Sodré a música ao vivo deixou de fazer sentido, além disso trabalhar num ambiente destes dá cabo do físico (na altura eu era ainda atleta de meio fundo).
Um devaneio com contornos de pesadelo...

Quanto ao rating para políticos, acho que não funciona: quem deveria atribuir os ratings?
A minha confiança na democracia parlamentar já desapareceu há muito tempo: acho que políticos estão a atribuir os melhores ratings a si próprios, sobretudo em tempos de eleições e o gado dos eleitores deixa-se enganar de quatro em quatro anos...

disse...
Este comentário foi removido pelo autor.