terça-feira, 30 de junho de 2009

Payadores vs. Rappers

Caros visitantes, trás uma pausa xadrezística, como sempre matizaremos com algo artístico, desta vez é uma rara competição, mais uma maneira de "jogar xadrez", e aconteceu na bendita república Argentina.
O resto, é só ouvir e ver...
Rini, es también para vos!

The new FIDE - Tattoo !


Como reparou o caro Rato do Alekhine num comentário ao post sobre "The Sorcerer" (26 de Junho): para Bronstein o rating da FIDE "was like the number burned on the arm of a concentration camp inmate" ("era como o número queimado no braço dum habitante dum campo de concentração", frase a ler na página copiada, mesmo acima do título "Dark Present, Rosy Utopia"). Pessoalmente já não ligo tanto ao meu Elo - FIDE como antes, mesmo assim: esta analogia é muito forte para o meu gosto. Uma tatuagem no sentido figurado parece-me mais simpática: um FIDE - Tattoo!
No fim do segundo trimestre verifiquei os "expected rating-changes" dos Alekhinistas, a partir da lista publicada (8 de Abril) no "Blogue do Alekhine"; aqui os novos ratings + alterações (nalguns casos pode haver uma diferença de arredondamento de um ponto).
Alberto Eggert 2200 +28
Marinus Luyks 2186 -11
Rui Marques 2152 -6
Renato Vasconcellos 2120 +5
Paulo Cruz 2110 +7
Hugo Rato 2044 +21
John Simões 2034 +12
André Antunes 1975 0
Carlos Botelho 1974 -7
António Castanheira 1970 0
Carlos André Ferreira 1964 0
António Garcia 1962 -3
Carlos Aguiar 1941 +3
Vadim Maslov 1935 -3
Renato Figueiredo 1931 -10
Carlos Correia Lopes 1927 -31
Pedro Coelho 1923 0
Mário Silva Araújo 1921 0
Manuel Curado 1912 -27
Paulo Lameirinhas 1894 0
Jorge Pires 1891 0
Artur Gavieiro 1872 +13
José Guerreiro Ferreira 1863 -16
José Cidreiro Lopes 1851 -11
Rui Pedro Castro 1824 -7
Armando Reis 1819 +68
Gabriel Sousa 1817 -5
Rui Barreira Lopes 1787 0
Carlos Moreira 1786 -7
Alexandre Santos 1782 -14
Marco Domingues 1781 +16
Paulo Correia 1777 -48
Rudolfo Bento 1753 +42
Eugénio Louro 1741 0
José Pedro Tavares 1711 0
Amadeu Solha Santos 1709 +28
André Fernandes 1706 -9
João Quintas Godinho 1700 +10
Ricardo Bravo 1689 -18
António Bento 1686 +18
Mário Sena Lopes 1679 0
Alexandre Correia 1663 -5
Miguel Amorim Silva 1641 +62
José Sargento Pascoal 1635 0
José Fern. dos Santos 1627 -17
José Palma Fernandes 1623 +23
José Alexandre 1619 -2
José Abrantes 1611 0
Dagoberto Markl 1610 -3
João Gamboa Cardina 1609 +14
Alfredo Videira 1574 -30
Ângelo Francisco 1538 -18
José Paulo Sousa 1528 0
Norberto Santos 1451 +6

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Final de torre



Ontem, na última ronda do Torneio de Honra, apareceu esta posição na partida Carlos Aguiar - Júlio Santos. Num primeiro comentário rápido (post "A Honra dos Mestres" de ontem) julguei que 79. Ta7 ganha e 79. Tg2 (como na partida) - g3 empata, como confirmação da importância da actividade da torre (muito mais activa em g7 do que em g3). Será verdade!?

a) 79. Ta7! - g3; 80. Tg7 - Tc3+; 81. Rd4 - Tb3; 82. Rc4 - Te3; 83. b6 - Rc8; 84. Rd4 - Tb3; 85. e6 ou 84. ...Re1; 85. Txg3 etc., há outras variantes mas parece sempre um jogo de gato e rato....
b) 79. Tg2 - g3; na partida aconteceu: 80. b6 - Rd7; 81. Te2 - Ke6; 82. Rc6 - Tc3+; 83. Rb7 - Tb3; 84. Rc7 - Tc3+; 85. Rb8 - Tb3; 86. b7 - Tb1; 87. Tc2 - Rxe5; 88. Rc7 - Re4; 89. b8D - Txb8; 90. Rxb8 empate.

Poderiam as brancas ter feito melhor na variante b)?
79. Tg2 - g3; 80. b6 - Rd7; 81. Te2 - Re6, com o Rei em e6 (também após 81. Td2+ ou 81. Ta2) parece-me que o pior para as pretas já passou.
Ou por exemplo 80. Rc6 - Tc3+; 81. Rb7 - Tb3; 82. b6 - Rd7 como na partida; ou 80. Rc6 - Tc3+; 81. Rd5 - Tb3; 82. Rc4 - Re3 e as brancas não conseguem nada; repara: na variante a) com a torre em g7 ganha aqui 83. b6!

Alguém vê mais alguma coisa?

Torneio de Mestres

Quero agradecer a todos os colegas do Alekhine e outros amigos o apoio prestado,
nomeadamente neste forum e por outros meios.
Foram espetaculares e mostraram a força do nosso clube.

Quanto à minha prestação no torneio fiquei satisfeito, só tive duas partidas más (a com Afonso Rodrigues e Carlos Oliveira)

As outras foram todas muito interessantes, mesmo que com alguns erros imperdoáveis, que convém não repetir, mas que valeram bastante pelo lado positivo.

E a partida contra o Rafael, mesmo tendo eu tido uma grande sorte, é de um nível completamente diferente - talvez a única partida realmente boa de toda a minha carreira.

Quanto a erros houve vários neste torneio; não consigo resistir a citar um comentário de um aluno meu sobre a partida António Pereira Santos - Carlos Oliveira:

"Só houve lá um jogo em que me fartei de rir/ou chorar com o facto do jogador ter defendido o xeque com a Torre e ter ficado com ela presa, acabando por perdê-la"

Claro que o nível do torneio não teve nada a ver com o do ano passado, senão eu nem sequer lá estava - cada vez considero mais sábias as palavras de Groucho Marx:

"Não quero pertencer a nenhum clube que me aceite como sócio"...

domingo, 28 de junho de 2009

A Honra dos Mestres

Ainda estão-se a jogar alguns jogos, nestas duas provas que a gente acompanhou através das úteis transmissões em directo, fornecidas pela FPX. Tanto no torneio de Honra, como no dos Mestres, pode-se vislumbrar durante as 9 maratónicas rondas a supremacia do jovem valor Pedro Neves (no torneio de Honra), e consagrada força do tremendamente lúcido Mestre Paulo Dias. O resto, incluindo ao talentoso Rúben Pereira, mostraram alguma inconstância nos seus jogos.
Quanto ao nosso colega, Rui Marques, que fez uma performance maior à do seu Elo actual, os 4 pontos obtidos por ele, não reflectem de maneira nenhuma o grande nível que tem vindo a demonstrar.
Tenho a certeza que este torneio foi para o Rui um importantíssimo treino face às vindouras provas, sendo um grande degrau que ele conseguiu escalar.
O Rui é um MF em potência, é só questão de tempo, e, claro, da sua vontade.
Parabéns, Rui e não afrouxes, amigo!
RESULTADOS

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Bronstein - "The Sorcerer"




A interessante discussão entre os nossos colaboradores por causa do desabafo de Bronstein (post anteontem, 24 de Junho) levou-me a investigar um pouco mais.
Bronstein faleceu no dia 5 de Dezembro 2006 e o GMI Hans Ree escreveu uma necrologia (título "The Sorcerer - o Mágico") na revista "New in Chess" (nº 2007/1, p. 86). O parágrafo "Dark Present, Rosy Utopia" (copiado aqui acima, clicar para ampliar) é capaz de ser esclarecedor.
Em 1982 Bronstein escreveu, junto com o cientista Georgiy Smolyan um livro "Chess in the Eighties" (ed. Oxford): "a celebration of chess as an art, a condemnation of chess as a sport".
Como podemos ler nesse parágrafo, Bronstein estava na altura muito desencantado com o xadrez contemporâneo: "The games proceed likes trains on a track that has been in use for centuries. Do chess players think? No, they just worry that they will make a mistake. Do they enjoy the beauty of chess? Not at all, they are addicted to the tension of competitive sport." A futura "Utopia" de Bronstein é diferente: "In magnificent chess theatres multi-media chess shows will be performed from which all competive spirit has disappeared. Super-grandmasters will perform miracles of intuition and logic like intellectual magicians and the audience will see them as soloists with an orchestra rather than as winners and losers".
Agora, mais de 25 anos depois, os teatros de xadrez com os mágicos existem, mas em relação ao desaparecimento do espirito competitivo Bronstein não tinha razão. E quanto a mim: ainda bem!

"Колыбельная Безумца" - Canción de cuna de un Loco



Mikhail Scherbakov
"Canción de cuna de un Loco"

Duerman, mis nobles antepasados,
Duerman, mis adalides, mis reyes.
Ocultense en la oscuridad de sus siglos pedrosos,
De sus inmemorables oscuros siglos.
Descansen en paz --
Vosotros ya lo lograron todo, han hecho más de lo que podian,
Por tanto, sus logros son inestimables, y nadie os podrá igualar
Pueden dormir.


Pues que descansen
También sus fieles guerreros, los coautores de sus victorias.
Que dormiten los pesados jinetes,
Arqueros, lanzabombas, y los trompetistas.
Que duerman los demás --
Es decir, los arrieros del variado y útil ganado,
Y los criados que daban de comer a sus perros,
Y los propios perros, y todos sus velludos crios .

Yo, mientras vosotros duerman,
Pondré en duda los libros antiguos que os han alabado
Trás lo cual pondré en duda
Sus hazañas y la importancia de cada una de ellas.
Después de aquello, por supuesto,
Voy a poner en duda a vosotros mismos,
Y ya que estamos, claro, a sus guerreros,
Y hasta a los inocentes criados y perros.


Y, finalmente, pondré en duda
A mi propia duda y junto con ella a mi mismo...
Duerman, mis queridos. Cuando os despertais, veréis,
Ya nada será igual...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"It's not so serious" - David Bronstein (Cordoaria, Lisboa - 1997)




Num comentário "Sobre livros de xadrez" (post 19 de Junho) o Rato do Alekhine conta-nos como foi difícil conseguir um autógrafo de David Bronstein durante a sua visita a Lisboa em 1997.
Tive a mesma experiência. Não apresentei (como o Rato) um livro novo para autografar, o meu livro "200 Open Games" era do início dos anos '70 (ver imagens, clicar para ampliar). Por isso o Grande Mestre não tinha o argumento:"é melhor não estragar o livro" como no caso do Rato.
Ele disse-me simplesmente: "Ya bolen!" - "Estou doente!".
Mas insisti: "I like this book very much"(verdade). "It was my first chess book" (mentira). Funcionou, Bronstein autografou o livro, mas disse ao mesmo tempo: "You know, it's just a game, it's not so serious!"
E se um ex-vice-campeão do mundo afirmar uma coisa destas, quem somos nós...(como escrevi no meu primeiro post no blogue "Salto de Cavalo" em Março 2005) http://gxalekhine.blogspot.com/2005/03/introduo.html

terça-feira, 23 de junho de 2009

Mel das Arábias



No domingo passado descobri, como um pequeno oasis no deserto, esta doçaria árabe na Calçada da Estrela, excelente lugar para um curto repouso num ambiente exótico.
O hospitaleiro gerente egípcio Said convida: um bom chá, acompanhado dum pratinho de lokum ("Turkish delight"), baklawa (massa folhada recheada com frutos secos e envolvida num xarope de mel) ou um dos outros doces tradicionais do mundo árabe e do antigo Império Otomano.
Uma boa sugestão para todos e especialmente para o nosso caro Dervich.
Aposto que até será possível desencantar lá um narguilé (post 28 de Maio), num canto do balcão vi um lojista marroquino, sempre à espera dum negócio inesperado...

sábado, 20 de junho de 2009

A Honra dum Mestre


Hoje começam dois torneios de importância a nível nacional, nos quais vão participar vários dos nossos colegas.
Este post é para desejar a melhor concentração e firmeza a todos, especialmente ao nosso caro colega da Equipa principal, Rui Marques.
Será uma prova de fogo, pois a beber muita água! :)

Vamos, os Alekhinistas! O Gato do Alekhine está convosco!
JOGOS EM DIRECTO NO SITE DA FPX!
:)

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Novidade teórica: Defesa Gato do Alekhine



1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6
1. e4 - Gf6


Como dizia Alekhine:
"u koshek devyat' zhiznei, pravda?"
* ("os gatos têm nove vidas, não é?") Certo, Alberto!?

Jogo do Gato e do Rato...

Apenas com o intuito de tranquilizar, este post é dedicado ao Rato, o novo campeão do GXGA (Grupo de Xadrez do Gato do Alekhine)! ;-)

O Gato do Alekhine III


...e aqui os dois ilustres denominadores deste blogue espelhados em selo.

O gato do Alekhine II


De visita ao sempre instrutivo blogue de Kevin Spraggett
entre as inúmeras imagens lá expostas, encontrei mais uma foto, tomada quase do mesmo ângulo, do já mítico Alexander Alekhine, acompanhado pelo seu não menos mítico mestre gatuno.
Partilho convosco este achado.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Behemoth, o gato de Bulgakov



Num comentário anterior foi mencionado o livro "Master i Margarita" (na edição portuguesa: "Margarita e o Mestre") do escritor russo Mikhail Bulgakov. Comprei esta obra prima há uns anos (Colecção Mil Folhas do jornal "Público"), mas por razões injustificáveis o livro ficou até agora fechado numa prateleira.
Na capa (imagem em baixo) um gatinho simpático chama a atenção. Para onde estará a olhar? Se calhar para o nome do tradutor, António Pescada, palavra que deve fazer crescer água na boca a um gato inteligente (mais ou menos a situação do sócio Hugo Rato no blogue "O Gato do Alekhine"...).
No livro existe de facto uma personagem "gato", mas pouco tem a ver com o animal fofinho na capa. Chama-se "Behemoth" ("Begemót" em russo) e tem um carácter mais a condizer com a imagem em cima.
Na Bíblia, no livro de Job, "Behemoth" é o nome dum monstro. Para uns é um animal gigante do género hipopótamo, para outros é mais parecido com um grande herbívoro, um tipo de braquiossauro, o que dá muito jeito aos criacionistas, pois eles têm de acreditar na convivência entre homens e dinossáurios...
"Contemplas agora o Behemoth, que eu fiz contigo, que come a erva como um boi. Eis que a sua força está nos seus lombos, e o seu poder nos músculos do seu ventre. Quando quer, move a sua cauda como cedro; os nervos das suas coxas estão entretecidos. Os seus ossos são como tubos de bronze; a sua ossada é como barras de ferro. Ele é obra prima dos caminhos de Deus; o que o fez o proveu da sua espada."
Job 40:15-20
Mas o "Behemoth" no livro "Master i Margarita" dá igualmente nas vistas.
..."Como terceiro elemento naquela companhia havia um gato, surgido sabe-se lá de onde, um gato grande como um porco, preto como carvão ou como um corvo, e com uns terríveis bigodes de cavaleiro."...(p. 56)
..."Preto, grande como um hipopótamo"...(p. 214)
..."Além deles, havia ainda no quarto, sentado num banco alto diante do tabuleiro de xadrez, um enorme gato preto que segurava na pata direita um cavalo de xadrez."...(p. 287)
..."De pé sobre as patas traseiras, todo coberto de poeira, o gato fazia uma reverência diante de Margarita. Trazia agora ao pescoço uma gravata branca, e, ao peito, preso por um cordão, um binóculo de nácar. Além disso, tinha os bigodes dourados."...(p. 289)
..."Falhou!", berrou o gato. "Hurra!" E, pondo o fogareiro de lado, puxou de trás das costas uma Browning. Num abrir e fechar dos olhos visou o homem que estava mais perto dele, mas das mãos desta partiu uma chama antes que o gato tivesse tempo de disparar, e, ao mesmo tempo que soava o disparo da Mauser, o gato caia da pedra da lareira de cabeça para baixo, largando a sua Browning e arrastando o fogareiro na queda. "Acabou tudo", disse o gato com voz fraca e estendeu-se aflitivamente numa poça de sangue. "Afastem-se de mim um momento, deixem-me dizer adeus à terra."...(p. 384)
No entanto, caro leitor, não pense que isso foi o fim de "Behemoth", pois como é sabido, os gatos têm mais do que uma vida (fala-se em sete). Mesmo antes de esticar o pernil o animal conseguiu in extremis lamber uma gota de petróleo que é, como é sabido também, a salvação dos gatos moribundos, pelo menos na imaginação fértil do escritor Mikhail Bulgakov.
Um gato à altura do Alekhine!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Encontro imediato II (Short - Leko, 1999)



"Dear Sirs,
In NIC 99/4 I tremendously enjoyed playing through the game Short - Leko (Sarajevo 1999, link aqui acima), the numbers 11 and 12 on the world rating list. Uncommon opening, tactics with a hole, a queen loss in one move... all very familiar stuff, the amateur player (like me) feels at home!
My pleasure turned into pure delight when I discovered a beautiful king manoeuvre. On move 39 (page 30) Leko gives this side-line instead of the game continuation 39...Rxc4 (diagrama):
"39...dxc4; 40. Bd6 - Qxd3; 41. Qxd3 - cxd3; 42. g4 winning".
But black can play: 42...d2; 43. Bxc7+ - Kxc7; 44. Kc2 - Kc6!! (44...Kd7 loses); 45. g5 - Kd7!; 46. Kd2 - Ke7; 47. Kxd3 - Kf7; 48. Kxd4 - Kg6 and White has to seek the draw, e.g. 49. a4 - Kxg5; 50. b4 - Kf4; 51. a5 - Kf5; 52. axb6 - axb6: 53. Kc4 - Kxe5; 54. Kb5, etc.
How to call this?
A king triangulation with a flavour of Réti's diagonal manoeuvre?
Yours sincerely,
Marinus Luyks
Lisbon, Portugal."
Foi este o texto gatafunhado que enviei há dez anos num envelope à redacção da revista "New in Chess".
A única razão por que o envelope não foi logo para o caixote do lixo, deve ter sido o facto de o editor René Olthof se ter lembrado de mim (jogámos há 30 anos na mesma equipa na Universidade de Nijmegen, Holanda).
Ao reler a carta tenho que admitir que a "abertura" foi bastante atrevida: um amador a dirigir-se desta maneira a dois jogadores do top mundial!?
Mas houve uma grande surpresa: Peter Leko (a análise da partida era dele) respondeu mesmo: "The line indicated by the dear reader seems to be right....", etc. (Tipo:"Are you a bit annoyed, Peter?" "Yes, I am!").
Ele também analisou a segunda linha que vimos no post anterior: 45. Rd2!?(clicar no artigo para ampliar).
O curioso é que eu já tinha toda esta análise escrita em papel: numa noite nos Coruchéus analisei a linha com João Pereira (foi ele que sugeriu 45. Rd2!?) e Luís Oliveira. Enviei a seguir outra carta com estas análises suplementares a "New in Chess" (ainda tenho uma cópia) e quando saiu a nova revista, ficámos bastante satisfeitos por termos acertado 100%!
A única linha que não analisámos foi a linha B):
"40. Nb4! is the right approach" (Leko).
Agora penso que ele não tinha razão na linha B2): "40...d3; 41. Qd1 gives white a very dangerous attack". Com a força do computador (que era muito menor em 1999) descobrimos: 41. Dd1 - Rc8; 42. Bd6 - a5!; 43. Bxc7 - Rxc7; 44. Ca2 - Dxg3 e de certeza as brancas não estão melhor...

Encontro imediato


Exactamente há 10 anos, no Verão de 1999, tive o prazer de ter um encontro imediato com um "Galáctico" do xadrez mundial acerca da posição no diagrama aqui acima.
Para já não vou revelar mais dados para não facilitar a pesquisa...
A análise do "Galáctico": 40...Dxd3; 41. Dxd3 - cxd3; 42. g4 winning".
Será que ele tinha razão!?

Alberto FIDE Candidate Master !?


Caro Alberto,
Aproxima-se o fim do segundo trimestre e a FIDE já está a publicar "expected rating changes".
Segundo o site http://ratings.fide.com/seek.phtml?idcode=&name=eggert&offset=0 conseguiste neste período uma proeza absolutamente inédita: uma subida de 27,9 pontos o que somado ao teu Elo actual de 2172 vai dar um novo Elo-FIDE de 2199,9 pontos!
Não te preocupes, não te vou dar os quase-quase-quase parabéns, pois a FIDE vai de certeza arredondar para Elo 2200 o que merece uns PARABÉNS em maiúsculos!!
Agora és Candidato a Mestre Nacional (para tornar-te Mestre Nacional deves manter um nível de 2200 ou mais durante seis listas de Elo consecutivas) e eventualmente também podes ser "FIDE Candidate Master", um "pequeno" título, inventado pela FIDE para encher os cofres.
Acho que em Portugal fui até agora o único a entrar neste "negócio", as razões expliquei no ano passado numa carta publicada na Revista RPX.
É que na minha idade já não posso aspirar a mais do que um "pequeno" título, mas tu tens possibilidades para chegar mais longe (MF, MI!?).
De qualquer maneira, mediante pagamento de 50 ou 70 euros (já não me lembro, Altino Costa sabe) tens direito a um certificado como o "specimen" aqui acima (clicar para ampliar).
Deves compreender que eu tinha de adulterar o teu nome, se não vou ter problemas com Ulya...Ilyumzhinovsky...
Podes abrir o champanhe!

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mais futebol em Alpiarça

Este vídeo (que encontrei através do post anterior do Alberto) é para mim como uma sessão de auto-ajuda para tratamento de psicotrauma.

Ouvimos um ambiente sonoro quase igual àquele no Pavilhão da Associação Académica da Amadora, onde a nossa equipa jogou há duas semanas em condições humiliantes (post 2 de Junho: "O Macaquinho do Xadrez, a Vingança de Eto'o").

No entanto, a mistura genial do ruído com a canção infantil (uma das minhas preferidas): "Eu vi um sapo com guardanapo, estava a papar um bom jantar" proporciona inegavelmente um efeito terapêutico....

Já estou muito melhor! :)

O nosso xadrez é assim

E mais uma vez, essa sabia Alpiarça!

sábado, 13 de junho de 2009

Vá lá, mais um final de peões...


Nesta posição aconteceu: 41. h4 - a6; 42. bxa6 - Rxc6; 43. Rd4
Perguntas: melhor jogada das pretas 43...?, resultado do jogo?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Final de peões também bastante interessante


Depois de ver um post no blogue "Viriatovitch Chess" ("Final de peões interessante" entre Renato Vasconcellos e Luís Quintino, 31 de Maio) lembrei-me deste final que surgiu no Torneio do Campo Grande 2000.
Na posição do diagrama aconteceu: 1. Ta4 - Txa4; 2. bxa4 - Rc5.
As brancas têm dois(!) peões a mais, mas o Rei das negras está activo.
Sem mexer nas peças, como é que isto acaba!?
Claro, sem mexer nas peças as brancas perdem por tempo, mas não é isso que quero dizer :))

εὕρηκα!

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Casus belli Xadrezístico

A pedido de vários “gatos” do Alekhine, aqui fica a partida escolhida do Campeonato Interno.

À 6ª ronda do GXA Interno (7 no total) jogou-se a partida entre o líder John Simões com 4,5p, e eu com 4p. Os terceiros tinham 3,5p. Para mim era a partida decisiva se queria ganhar o torneio. Tinha portanto um casus belli xadrezístico contra o bi-campeão, e teria de ser agressivo, o empate de nada servia.

A partida também é bonita pela sua trágica fatalidade depois do lance 18. h4 das brancas que conduz a uma variante forçada, honra seja feita ao meu valoroso adversário. Que fez um bom torneio, sendo esta a sua única derrota.

Não me esqueço das sábias palavras do Alberto Eggert, no fim-de-semana decisivo para o GXA subir à I div Nacional: “Temos de ser humildes. O Xadrez é mais uma luta contra nós próprios, do que contra os adversários.”

Rato do Alekhine


Se gana y se pierde...


Desta vez vou falar dum tema que nem todos gostam, mas é mais forte do que eu...

Hoje(por ontem) me lembrei de que jogava a Selecção (Argentina) de futebol, e como não tenho televisão em casa(por opção), fui a ver o jogo num bar. Quando cheguei, já faltavam uns 20 minutos para que acabe o partido e o marcador estava 1:0 a favor da equipa anfitriã. Pedi uma imperial e me sentei a aguardar o milagre. Sim, um milagre, porque la Sele não corria, pá, graças aos mais de dois mil metros de altitude... Alguma dúvida?
Eu não estava sozinho, também lá estavam algumas pessoas, na sua maioria portugueses, e também um brasileiro que com alguma moderação estava a desfrutar da derrota argentina, gozando do jogo dos albicelestes.
- Argentchina não joga a nada, - dizia o brasileiro.
Olhe, olhe...
- Não joga, sim senhora, mas desperdiçou várias oportunidades no primeiro tempo, pá! O Carlitos Tevez até falhou um penalti - lhe contestava um português que simpatizava com os argentinos.
O brasileiro só sorria... O português continuava: “Na Argentina está o Maradona, o Armando Diego Maradona(textual). É o maiore, o maiore, o Armando Diego Maradona, o melhore de todos os tempos! Fez-lhes um golo com a mão aos ingleses, e o árbitro não o viu. Aonde olhava o arbitro!? Maradona...!
Os copos no bar são o máximo também.
O brasileiro não gostou nada daquelas afirmações, mas estando num campo adverso (Portugal ainda não é Brasil), não opinou, nem fez referência nenhuma ao não menos histórico Pele...
O tempo transcorria, ali chegou o 2 a 0....e pronto. Terminei a minha Impreial e “fui-me” embora, contente de ter ouvido semelhante diálogo de gente sábia.
E o jogo? O jogo é assim, se ganha e se perde. As vezes se empata. Mas... El Diego Armando Maradona está agora a descansar, esperemos que sem drogas, embora quem somos nós para o saber, nem o prever, nem o julgar.

Para terminar quero mencionar uma curiosidade. Desta vez é mais que sobre um paralelismo, é sobre a diferença entre o FUTEBOL e o XADREZ... O ouvi alguma vez no Club Argentino de Ajedrez:

No Futebol todos sabem, mas ninguém joga (Quantos milhões de habitantes são em Portugal? Tantos Directores técnicos são...)
No Xadrez todos jogam, mas...

Muchas gracias, y hasta luego.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Campo de Batalha (?) ...


...para o encontro em oito tabuleiros Casa do Xadrez - GX Alekhine
(foto: Carlos Silva, clicar na imagem para ampliar).
As oito mesas são colocadas em redor da estátua e atribuidas por sorteio a cada par de jogadores, isso para evitar possíveis desavenças...

O Melhor Casto




Durante uma troca de e-mails entre alekhinistas sobre o já referido match/convívio em Alpiarça o caro sócio Hugo Rato (que já se manifestou neste blogue, mas ainda desconfia um pouco do Gato...) sugere em relação ao troféu do encontro: "A Taça devia ser uma estátua em miniatura da menina que queremos beber sem parar. Ficava bem lá no clube!"
Sim senhor, assim é que é falar, mas podemos ir ainda mais longe...
Proponho que o match seja disputado ao ar livre na praça onde se encontra a estátua, com as oito mesas de jogo em redor da "Casta".
O leitor pode perguntar: "A estátua não será um factor de distracção durante as partidas?" Pelo contrário, caro leitor, será um factor de inspiração, pois nas palavras do criador da obra Armando Ferreira (post 4 de Junho): "Não dispensei a figura "Mulher" porque encontro no seu todo uma corrente poderosa de energia".
Proponho ainda que o troféu do encontro seja a própria estátua (muito melhor do que uma miniatura, caro Hugo). Em substituição (pois é claro que vamos ganhar o match) oferecemos à Câmara Municipal de Alpiarça a estátua "O Melhor Casto", da qual já existe um protótipo em barro (imagens aqui acima), uma homenagem ao Cardeal-Rei D. Henrique I (1512 - 1580), chamado "O Casto", "devido à sua função eclesiástica, que o impediu de ter descendência legítima". Ele morreu lá mesmo ao lado, durante as Cortes de Almeirim de 1580, onde se questionava o direito da nomeação do sucessor ao trono de Portugal. http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_I_de_Portugal
Assim fazemos uma boa acção (vídeo do post anterior), pacificamos a população de Alpiarça: o Casto para eles, a Casta para nós!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Conhecer Alpiarça - " A Melhor Casta" (Armando Ferreira, 2005)




(Este post pode ser considerado como uma primeira preparação cultural para um match com convívio em Alpiarça entre a Casa do Xadrez e o GX Alekhine, será um encontro em oito tabuleiros na época estival, já anunciado, muito aguardado, mas ainda não marcado!)
Hoje fiz uma acção musical com crianças na pediatria do Hospital de Abrantes. Na ida de manhã optei pelo transporte público mais rápido (o Expresso), mas no regresso a Lisboa viajei numa camioneta lenta, primeiro pelas margens do Tejo até Chamusca, seguindo depois a Rota dos Vinhos do Ribatejo: Chamusca - Alpiarça - Almeirim, um belo percurso num autocarro que não leva mais de uma mão cheia de passageiros.
Em Alpiarça passámos pela Praça José Pinhão, perto da Igreja Paroquial. No entanto, desde o dia 25 de Abril 2005 este monumento tem que disputar a atenção dos transeuntes com a estátua "A Melhor Casta", obra do escultor Armando Ferreira.
Este artista local tem mais obras da sua autoria espalhadas pelo concelho, mas nenhuma despertou tantas reacções na inauguração como esta. Obra admirada por muitos, mas também considerada "uma pouca vergonha" pela população mais idosa, não só pela nudez, mas também pela colocação e orientação em relação à Igreja (no entanto, observando atentamente as imagens aqui acima, penso que mesmo após uma rotação de 90 ou 180 graus, as objecções contra a estátua seriam as mesmas).
Armando Ferreira: "Faço esta alegoria ao vinho, com a criação desta estátua, onde não dispensei a figura "Mulher", porque encontro no seu todo uma corrente poderosa de energia.
Num gesto de espreguiçar para um novo dia, de sorriso aberto e confiante, ela desperta atenções apregoando "A Melhor Casta". A transparência das suas vestes tem como intenção representar todas as mulheres de todos os tempos, ligadas a temática vitivinícola.
Querendo o nu representar nesta alegoria ao vinho todas as mulheres, também é uma bandeira à conquista da sua própria liberdade, à sua beleza e ao seu encantamento vinhateiro por excelência agitado e maravilhoso"!
Belas palavras da boca do artista plástico (remunerado pela Câmara com uma não menos bela quantia de 70.000 euros).
O blogger "Sete mares", em jeito de legenda para a última fotografia, responde aos críticos: "Ao povoléu que tem andado num desatino, recomenda-se calma e abertura de espírito, que esta vida são dois dias e o ex-libris há-de levar muita gente à urbe. Ei-la pela rectaguarda do seu esplendor e beatificamente enquadrada."
Não posso concordar mais! Todos a Alpiarça!
Para quando então, caros Alekhinistas, o tão aguardado match Casa do Xadrez Alpiarça - GX Alekhine!?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Macaquinho do Xadrez - A Vingança de Eto'o


Em Fevereiro 2006 o futebolista camaronês Samuel Eto'o (eleito melhor jogador africano em 2003, 2004 e 2005) ameaçou sair do campo durante o jogo Real Zaragoza - FC Barcelona.
Razão: pelo segundo ano consecutivo os adeptos do clube da casa atiraram punhados de amendoins para o relvado, sempre que o jogador tocava na bola, acompanhando esta prática com gritos e gestos simionescos. "No mas!", foi o curto, mas inequívoco comentário de Eto'o.

Lembrei-me deste episódio durante o encontro de xadrez para os oitavos de final da Taça de Portugal AA Amadora - GX Alekhine no sábado passado. O match foi disputado numa sala do Pavilhão Desportivo do clube amfitrião. Como todos os pavilhões desportivos em Portugal também este tem um eco fantástico, muito bom para as torcidas vibrantes de modalidades como andebol ou basquetebol, mas absolutamente catastrófico para a modalidade do xadrez: os tabiques e as paredes de vidro ou plástico transparente da sala de xadrez deixam passar generosamente qualquer som de fora.
Nessa tarde felizmente não houve jogos de competição com público entusiasmado nas bancadas, mas houve outros contratempos.
Logo na fase da abertura tinha que ser eu a pedir que baixassem o som dos altifalantes dum plasma gigante na entrada do pavilhão, perante a passividade dos dirigentes da casa.
Completamente inédito e inaceitável, no entanto, foi o "espectáculo" que se desenrolou a seguir (na fase complicada do meio-jogo nas partidas) e que me levou a escrever este post algo metafórico como tentativa de sublimação da dor da derrota...
Uns dez jovens africanos entraram no pavilhão com muito barulho e no corredor encostaram as caras aos vidros da nossa sala, acompanhando a gritaria com uma batucada suave contra as janelas. Pensei: "É a vingança de Samuel Eto'o, agora os macaquinhos somos nós!".
Neste inferno dantesco eu estava a tentar jogar uma partida interessante contra o ex-vice-campeão mundial de juniores Rúben Pereira.

Mestre Rúben (2422) - Macaquinho Marinus (2197), (Defesa Francesa, variante Winawer)

1. e4 - e6; 2. d4 - d5; 3. Cc3 - Bb4; 4. e5 - c5; 5. Bd2 - Ch6!? uma provocação, normal é 5...Ce7, agora 6. Bxh6 - gxh6 é posicionalmente mau para as pretas, mas dá possibilidades tácticas, ou seja: uma variante aliciante para o jogador que tem menos a perder. Rúben não arrisca e segue uma linha principal 6. Cb5 - Bxd2+; 7. Dxd2 - 0-0; 8. f4 no caso de 8. dxc5 eu tinha preparado 8...Cc6; 9. Cf3 - b6!?; a) 10. cxb6 - Dxb6; 11. 0-0-0 - Cg4; 12. Cbd4 - Cgxe5; 13. Cxc6 - Cxc6 ou b) 10. Dc3 - Bd7; 11. Bd3 (ou 11. Cd6 - bxc5; 12. Cb7 - Db6; 13. Cxc5 - Cg4!; 14. Cxd7 - Dxf2+; 15. Rd1 - Tfc8!, o triunfo de 5...Ch6!) - bxc5; 12. Dxc5 - Cg4! com bom jogo para as pretas; 8...Cc6 aqui o meu "flexible paperback-friend" John Watson in "Play the French" sugere: 8..a6!; 9. Cd6 - cxd4; 10. Cf3 - Cc6 (...f6!?); 11. Bd3 (ou Cxd4 - f6) - f6 com bom jogo: 12. 0-0 - Cg4!; 13. De2 - Ce3; 14. Tf2 - Db6; 9. Cf3 - cxd4 um dos poucos jogos com esta variante entre GMIs continuou 9...f6; 10. c3 - Bd7; 11. Cd6 - cxd4; 12. cxd4 - Db6; 13. 0-0-0 - fxe5; 14. fxe5 - Be8; 15. Cxe8 - Taxe8 (1/2 - 1/2 , 31) Peter Leko - Jesus Maria de la Villa Garcia (belo nome!), Leon 1994; 10. 0-0-0 - f6; 11. exf6 - Dxf6; 12. g3 - Cf5 12...Cf7 podia conduzir à posição na partida após 13. Cbd4 - e5!?; 14. fxe5 - Cfxe5; 15. Cxe5 - Dxe5; 13. Cbxd4 - Cfxd4; 14. Cxd4 - e5!? isola o peão d5, mas dá espaço ao bispo c8, mais trocas em d4 favorecem as brancas; uma alternativa era 14...Bd7; 15. Bg2 - Tac8; 16. The1 mas as brancas têm uma vantagem posicional; 15. fxe5 - Dxe5; 16. Bg2 - Bg4; 17. The1 - Dh5 (diagrama)




18. Ce6 - Bxd1 uma curta fase táctica que tinha que ser bem calculada: se agora 19. Bxd5 - Tf5! as brancas têm que repetir os lances: a) 20. Cd8+ - Rf8; 21. Ce6+ etc., pois 20. Cf4+?? - Txd5 perde uma peça; no entanto, não b) 20. Cd8+ - Txd5?? (não vi tudo o que vem a seguir, mas um mínimo de intuição dispensa o cálculo completo da variante) 21. Dxd5+ - Rh8 (21...Dxd5??; 22. Te8 mate ou 21...Rf8; 22. Tf1+ e as pretas também não sobrevivem); 22. Tf1! - h6 (22...Dxd5; 23. Tf8+ - Dg8; 24. Cf7 um mate esteticamente aprazível!) ; 23. Tf8+ - Rh7; 24. Dg8+ - Rg6; 25. Ce6 - De5 (25...Txf8; 26. Cxf8+ e 27. De6(+) + -) 26. Cf4+ - Rg5; 27. Txa8 + -; o computador dá ainda a variante louca c) 20. Cd8+ - Rh8?!; 21. Bf7 - De2!!??; 23. Txe2 - Bxe2; 24. Dxe2 - Txd8; 25. Bc4 com alguma vantagem branca; 19. Cxf8 - Bf3 19...Bxc2 para resolver o problema do peão isolado d5 não parece bom: 20. Bxd5+ - Rh8 (20...Rxf8?? é mate em três); 21. Ce6 - Bg6; 22. Dc3 - Dh6+; 23. Cf4 - Tf8; 24. h4 com grande vantagem branca; uma variante cómica: 23. Cf4 - Tc8?; 24. h4! - Ce7; 25. Txe7 - Txc3+; 26. bxc3 - Bh5; 27. Txb7 - g6; 28. Txa7 etc. 20. Bxf3 - Dxf3; 21. Ce6 - h6 "Was ist der Mensch ohne Ventil?" dizia já no século XIX o Mestre alemão Siegbert Tarrasch ("O que é o homem sem válvula de escape?"); 22. Cd4 aqui Rúben gastou uns 25 minutos, ficámos ambos com meia hora no relógio; outras possibilidades: a) 22. Df4 - Dxf4; 23. Cxf4 - d4 =; b) 22. Dd1 - Dxd1+; 23. Txd1 - Te8; 24. Cc7 - Te2 =; c) 22. Cc5 - d4; 23. Cxb7 - Df7; 24. Cd6 - Dxa2 =; d) c3 - Te8; 23. Cc5 - Txe1+; 24. Dxe1 - b6; 25. De6+ - Rh7; 26. Dxc6 - bxc5; 27. Dxc5 - Dh1+ =; 22... Df6 (...Dg4!?); 23. Cxc6 - Dxc6? eu tinha medo de um final com "peões partidos": 23...bxc6; 24. De3 - a5; 25. De6+ - Dxe6; 26. Txe6 mas 24...Rh8! evita a troca de damas com entrada da torre branca, se 25. Df4 - Dxf4; 26. gxf4 - Tf8 =; 24. Dd4! - Dc4 24....Tf8; 25. Td1 - Td8; 26. Rb1!, ameaçando Dxa7 e c4, deve ganhar para as brancas; 25. Dxc4 - dxc4; 26. Te7 - Tf8?? falha de concentração grave que faz perder o jogo sem hipótese, após 26. ...b5; 27. Tb7 ou Rd2 as brancas estão melhor, mas a luta ainda continua; 27. Txb7 - Tf1+; 28. Rd2 - Tf2+; 29. Rc3 - Txh2; 30. Txa7 - Tg2; 31. a4 - Txg3+; 32. Rxc4 - h5; 33. a5 - h4; 34. Td7 - Tg1 chegou o momento para abandonar, mas o macaquinho estava bastante chateado...; 35. a6 - Ta1; 36. a7 - Rh7; 37. b4 - h3; 38. Td3 - g5; 39. Txh3+ - Rg6; 40. b5 - Txa7; 41. b6 - Ta4+; 42. Rb5 - Ta2; 43. b7 (1-0) Acabou-se a macacada (43...Txc2; 44. Tb3).
O capitão da equipa do GX Alekhine juntou ao boletim do encontro um protesto contra as condições de jogo.
(N.B. Post da exclusiva responsabilidade do autor que já decidiu que não volta a jogar no referido pavilhão)