domingo, 12 de julho de 2009

Frois - Movsziszian, Benasque - em directo!



O MI António Fróis está a jogar muito bem no torneio de Benasque, tem 7,5 em 10 e vai ultrapassar a barreira Elo-FIDE 2400!
Domingo 12 de Julho, quase 11 de manhã, hoje é a última ronda que começou às 9 de manhã (8 de manhã hora portuguesa).
Fróis está a jogar contra o GMI arménio Karen Movziszian (2570), a abertura foi cautelosa de ambas as partes, entro na partida após 30...Bb4 das pretas (diagrama), uma posição complicada.
31. Td1 - Cc5; 32. Bd2 - Ba3; 33. Bc1 - b4?! jogada rejeitada por Fritz que muda a avaliação de -0,4 (33...Bxc1) para +0,4 a favor de Frois; 34. Bxa3 - bxa3; 35. Re3 - a5; 36. Ce2?! 36. Ce5 ou Cd4 "+0,5", mas agora "-0,7" Fritz - a4; 37. bxa4?! 37. Cfd4 - Cc4+ "-1,0"; 38. Kf4 - Cxa4 38...e5+; 39. Rg3 - Bxe4; 40. Cc3 - Cb2 - + Fritz; 39. Td3? 39. Tc1 - Ba6? 39...Cc5; 40. Tc3 - e5+; 41. Rg3 - Bxe4; 42. Txc4 - Bxb1; 43. Cc3 - Bd3; 44. Tb4 - f6 - +; 40. Tb3 - e5+; 41. Rg3 - Cc5; 42. Tb4 - Td8; 43. Cc3 - Cd2? 43...f6 "-0,8"; 44. Cxe5 - f6; 45. Cc6 muito difícil de avaliar, sentado ao tabuleiro, Fritz dá 45. Cxg6 - Cd3; 46. Tb6 - Bc8; 47. Bxd3 - Txd3+; 48. Rf4 - Txc3 ; 49. Txf6 - com igualdade! bem, ... - Cf1+ 45...Cd3!?; 46. Rf3 - Cd3; 47. Td4?? 47. e5 era necessário para dar espaço ao Rei, 47...fxe5; 48. Cxd8 - Cxb4; 49. Ce6 com igualdade..., agora é mate! - Ce1+; 48. Rf4 - Cxg2+ (0 - 1)
Trágico para Fróis (49. Rf3 - Cxh4+; 50. Rf4 - g5 mate), mas um final de partida emocionante.

Parabéns ao António Fróis pelo torneio!

10 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns ao António Frois pelo torneio. De tarde deu também em directo uma partida do António Fernandes e outra do Luis Galego.
Uma notícia boa para todos os aficionados é que este ano faz 25 anos do match entre Kasparov e Karpov e os dois jogadores vão fazer um tour por várias cidades mundiais jogando entre si (partidas de 30 min e 5 min) e dando simultâneas. Começará em Valência de 21 a 25 de Setembro. Tendo em conta uma rivalidade que difícilmente se irá repetir nos mesmos moldes na história do xadrez, assim como a estatística entre ambos (+2 Kasparov?, embora não saiba se estão contabilizadas as partidas rápidas). Um dos últimos encontros foi em NY 2002http://www.youtube.com/watch?v=3QXRR9Ql7kI

Cifuentes Parada,Roberto - Fernandes,Antonio [D12]
European Cultural City 2016 Tournament Donostia-San Sebastian/Spain (5), 12.07.2009

1.Nf3 d5 2.d4 Nf6 3.c4 c6 4.e3 Bf5 5.Nc3 e6 6.Nh4 Be4 7.f3 Bg6 8.Qb3 Qc7 9.Bd2 Be7 10.0-0-0 Nbd7 11.Nxg6 hxg6 12.h3 dxc4 13.Bxc4 b5 14.Be2 a6 15.Kb1 c5 16.dxc5 Nxc5 17.Qc2 Rc8 18.h4 0-0 19.Rc1 Qg3 20.Bf1 Rfd8 21.Be1 Qe5 22.Nd1 Nd5 23.Ba5 Re8 24.e4 Nf4 25.Qd2 Qb8 26.Nf2 Nb7 27.Rxc8 Rxc8 28.Bc3 Rd8 29.Qc2 Nh5 30.Bd3 Qg3 31.Ng4 Nf4 32.Bf1 Nc5 33.a3 Na4 34.Ba5 Rd4 35.Ka2 f5 36.exf5 gxf5 37.Ne5 Bf6 38.Qc8+ Kh7 39.Nf7 Qf2 40.Ng5+ Bxg5 41.hxg5+ Kg6 42.Qe8+ Kxg5 43.Bd8+ Rxd8 44.Qxd8+ Kg6 45.Qe8+ Kf6 46.Qf8+ Kg6 47.Qe8+ Kg5 48.Qe7+ Kg6 49.Qe8+ Kg5 1/2-1/2

Gonzalez De La Torre,Santiago - Galego,Luis [B91]
Donostia-San Sebastián Chess Festival Donostia-San Sebastián (5), 12.07.2009

1.e4 c5 2.Nf3 e6 3.Nc3 a6 4.g3 b5 5.d4 cxd4 6.Nxd4 Bb7 7.Bg2 Nf6 8.0-0 d6 9.Re1 e5 10.Nf5 g6 11.Ne3 Nbd7 12.a4 b4 13.Ncd5 a5 14.c3 bxc3 15.Nxc3 Be7 16.Nc4 Qc7 17.b3 Ba6 18.Bh6 Bxc4 19.bxc4 Qc6 20.c5 dxc5 21.Nd5 Bf8 22.Nxf6+ Nxf6 23.Bf1 c4 24.Qc1 Bxh6 25.Qxh6 Ke7 26.Rac1 c3 27.Re3 c2 28.Qg5 Qe6 29.Rc3 Rhc8 30.R1xc2 Rxc3 31.Rxc3 Kf8 32.Rc7 Qd6 33.Rb7 Re8 34.Qh6+ Kg8 35.Qe3 Kg7 36.Bc4 Re7 37.Qa7 Rxb7 38.Qxb7 Qd7 39.Qxd7 Nxd7 40.f3 Nc5 41.Bb5 f5 42.exf5 gxf5 43.Kf2 Kf6 44.Ke3 Ke6 45.f4 h6 46.h3 1/2-1/2

Cumprimentos

Anónimo disse...

José Ribeiro

Rini Luyks disse...

Pois, caro José Ribeiro, neste domingo também estive a navegar entre os dois torneios na Espanha e ainda o "Sparkassen" na Alemanha (vitória magistral de Kramnik no seu melhor nível).
Gostei hoje da partida de Fernandes na 5ª ronda em Donostia, resistiu bem com as pretas contra Cifuentes Parada (GMI Chileno que foi 2º no campeonato da Holanda em 1993, provavelmente o seu melhor resultado de sempre), mas também é verdade que foi a primeira vez que gostei duma partida de Fernandes nesse torneio! É lógico que ele sente, como jogador não-profissional, grandes dificuldades neste torneio, mas esperava-se um pouco mais do campeão nacional. Bem, ainda faltam quatro jornadas. Ainda menos explicável é para mim a humilhação de Karpov no torneio principal. Porque é que ele se expõe a isso, quinze anos depois a sua vitória mais brilhante no torneio de Linares (11 em 13, performance de quase 3000)!?

Anónimo disse...

Também segui o "Sparkassen" na Alemanha a par do torneio em que o Nakamura venceu, e embora esperasse mais do M. Carlsen, a vitória do Kramnik foi realmente magistral e foi delicioso presenciar o facto de ter silênciado o jornalista de xadrez Leontxo Garcia que está sempre preparado para "atacar" o estilo de Kramnik dizendo que é mau para o xadrez?!
Quanto ao Karpov, o torneio de Linares 94 foi um dos mais fortes da história recente (a par do Las Palmas 96 - Kasparov) e a performance do Karpov ainda não foi batida. Realmente, a ideia que tinha do Karpov na actualidade, era a de viver mais tranquilo vianjando e fazendo simultâneas, mas ouvi que ele está envolvido em variadíssimos projectos como sejam, a construção de um carro especial para deficiêntes e a ajuda a populações de leste com falta de ferro, etc na alimentação. É verdade que Karpov já não necessita de provar nada a ninguém e o que o faz ir a esses torneios duríssimos é o seu cariz competitivo, mas sendo um jogador que nunca se adaptou ás novas tecnologias, os apuros de tempo como aconteceu no jogo com Svidler e os seus projectos, fazem com que seja difícil a vida em torneio. Por exemplo, no ténis existem os torneios de veteranos com grandes estrelas do passado e seria uma ideia interessante também no xadrez, mas desconfio que o que move Karpov é querer apesar de todos os condicionalismos, bater-se e discutir as variantes que foram dele (ex: Petrov) e que ele vê serem por exemplo jogadas por outros como Kramnik numa procura da verdade. Tendo em conta os condicionalismos, tudo depende da prespectiva em que se encara a "humilhação ou não" mas pode até acontecer que siga jogando como o Korchnoi. Esta é a grande vantagem do xadrez, face a outros desportos onde se tem de abandonar por completo!
Já o Kasparov, planificou antecipadamente a sua saída, provávelmente não só pela "falta de motivação" com outros desafios como ele afirma, mas também a meu ver, pelo crescimento dos computadores que vieram pôr os jogadores num nível de preparação igual. O Karpov citou em entrevista que a época de ouro do xadrez terminou e realmente será difícil existir novamente um impacto tão grande como o match Kasparov-Karpov ou o Fischer-Spassky. Hoje em dia o papel do xadrez, radica mais em ser uma ferramenta para se pensar melhor e não deixará de ter um futuro brilhante sendo o desporto número 1 na net e com crescimento em países como China, México (torneio Morelia-Linares) com milhões de habitantes e com M. Carlsen como embaixador do xadrez na Europa.

José Ribeiro

Renatus disse...

Não quero deixar de acrescentar os meus comentários aos do Marinus e do José Ribeiro relativamente à performance do Karpov, até porque sendo eu um jogador que acabou de cumprir meio século, o assunto me toca bastante.
Concordo completamente com a análise do José Ribeiro e nem tanto com a do Marinus, sobretudo quando fala em humilhação e exposição, acho que são palavras muito fortes.
No xadrez há vitórias e derrotas, mas num espírito desportivo não devemos considerar as nossas vitórias como humilhação para os nossos adversários, nem quando perdemos, nos devemos sentir humilhados.
O Karpov demonstra grande coragem ao querer continuar a ter vontade de jogar xadrez, isto apesar da sua idade (57 anos), e estar envolvido num conjunto de outras actividades.
Na lista dos 100 melhores jogadores do mundo apenas dois nascidos na década de 50 se encontram presentes, Karpov e Beliavsky, já o Kasparov é bastante mais novo (nascido em 1963).
Só não perde quem não joga, o Kasparov ao abandonar a alta competição poderá ser sempre recordado como o melhor jogador do mundo e não se assistir ao seu "declínio", uma jogada final de grande mestre.
Contudo respeito muito quem gosta do xadrez e que quer continuar a jogar independentemente de resultados, o Karpov aqui está-nos a dar uma lição de vida, que não posso deixar de enaltecer.

Rini Luyks disse...

Renato, José, tenho o maior respeito para Karpov e tudo o que ele deu ao xadrez, sem dúvida continua a ser um grande embaixador da modalidade.
Agora, em relação a este torneio, as derrotas que ele sofreu contra os jovens Nakamura (21 anos), Vachier-Lagrave (18), e os trintões Svidler e (nomeadamente também hoje com as brancas) Movsesian são mesmo consideradas humilhantes por todos os comentadores e todos esperam (como eu) que ele consiga salvar a face até ao fim do torneio. Acho que o problema não é só a idade de 57 anos, acho que Karpov chegou ao torneio mal preparado, é perfeitamente compreensível que ele não acompanha a nova era do xadrez informatizado, mas exactamente por isso perguntei: porque expor-se a isso? Coragem?
Em 1983 Smyslov com a sua enorme experiência aos 62 anos ainda conseguiu complicar a vida ao jovem Kasparov, mas hoje em dia esse xadrez já não existe. Os jogos contra Nakamura e Movsesian são autênticos massacres, custa-me ver o nome de Karpov associado a isso!

Hoje uma boa notícia sobre António Fernandes: venceu categoricamente o GMI Hamdouchi (2589), quando este começou uma combinação completamente errada com 30. Ce7+?

Renatus disse...

É possível que ele não esteja bem preparado, de quaquer forma os seus adversários actualmente tem todos melhor ELO que ele.
Karpov esteve muito tempo sem jogar, em alta competição isso deixa marcas.
Quanto ao xadrez computorizado, como sabes é uma área que até conheço bem devido à minha profissão, o tema poderia ser elevado à categoria de "post", para a semana entro de férias, talvez tenha oportunidade de escrever acerca disso.
De resto estamos de acordo, ambos respeitamos o Karpov, pela parte que me toca a isso soma uma grande admiração, não apenas como xadrezista mas também como pessoa.
A seguinte entrevista é interessante:
http://www.chessbase.com/newsdetail.asp?newsid=2495

Rini Luyks disse...

Errata: o jogos (de Karpov) contra Nakamura e SVIDLER eram massacres, mas não contra Movsesian, parece que Karpov tinha este jogo ganho, mas só succumbiu nos apuros com os incrementos. Pena!

Anónimo disse...

Realmente, o jogo contra Movsesian estava estratégicamente ganho, mas a questão dos apuros de tempo de Karpov tem sido uma constante em todos os jogos. Ele já referiu que está sofrendo muito e para além dos projectos extra xadrez que lhe retiram muito tempo para se preparar devidamente para as partidas, só consegue mesmo fazê-lo na manhã do próprio jogo! Desta forma, quando chega ao tabuleiro, para além da idade, com esse trabalho matinal, os níveis de energia de tarde já não são os mesmos durante a partida e os adversários sabem disso e procuram posições complexas que a determinado momento fazem com que Karpov gaste muito tempo e fique em graves apuros. Os jogadores que o Marinus citou também não são qualquer um! Vachier-Lagrave é um jovem talento campeão de França (O mais promissor daquele país. Venceu Tkachiev no desempate que tem maior preparação teórica que ele e é especialista em blitz). Nakamura é o jovem mais promissor do xadrez americano com um estilo agressivo e brutal a jogar blitz (3510! Playchess) Até o Kasparov já o tem debaixo de olho! O Svidler é top dez e campeão russo e dispensa apresentações. No entanto, eu concordo com as afirmações de Reinato porque considero que em xadrez, apesar do talento natural tudo depende da energia do momento, parte física e mental e acima de tudo do trabalho efectuado e rotina de jogo. Para mim, o favoritismo reside nesses aspectos. Como o Marinus diz e muito bem, o xadrez de Smyslov já não existe hoje em dia. Quanto aos comentadores tudo depende do que é dito e por quem.
O A.Fernandes hoje jogou com Arnaud Hauchard e acabou de empatar. O Hamdouchi enganou-se mesmo com 30.Ce7+? Ainda não vi ao pormenor mas não viu por certo ...f6 mas depois não entendo porque ainda dá a qualidade (uma apuros de tempo?) e não troca duas peças menores por torre e peão? Vou ver agora melhor... :-)

José Ribeiro

Rini Luyks disse...

O torneio em Donostia já acabou.
Nakamura (+134) e Ponomariov (+116) vencedores, mas no tie-break o americano arrasou, espectacular o fim da primeira partida!
Os outros jogadores do grupo principal fizeram todos performances ao seu nível (entre +50 e -50) menos Karpov (-237) que perdeu então os pontos de Elo que os dois vencedores juntos ganharam.
Segundo ChessVibes possivelmente o seu pior resultado de sempre...


Fernandes (9º no grupo B, 3,5/9) e Galego (3º no grupo C, 5,5/9) afinal fizeram performances a condizer com as suas forças (+42, resp. +31). Fernandes recuperou bem depois das derrotas iniciais, mas no fim do torneio esteve às voltas com as damas. Perdeu na penúltima ronda a sua contra o MI Argandona, mas na última ronda encurralou a rainha do GMI Ubilava!
Galego ganhou aos dois jogadores com Elo na casa dos 2200 e empatou todos os outros jogos!