quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Derrota imerecida?



Para equilibrar as contas (ver post de ontem).
No mesmo Verão quente de 1995, no mesmo "local do crime", encontro Voz de Operário - Boavista na 1ª Divisão.
Tive a honra de defrontar (de brancas) o múltiplo campeão de Portugal MI Rui Dâmaso.
Foi uma partida interessante (Defesa Índia do Rei, Ataque dos 4 peões), em fortes apuros de tempo chegámos à posição do diagrama (partida a ver em http://gxalekhine.blogspot.com/2005_09_01_archive.html ).
As últimas jogadas foram 31. Cf3-e5 - Dh6-h4.
E agora? Xeque perpétuo com 32. Cxc6 - Dg3+ etc.?
Não, nesse dia a deusa Caissa definitivamente não estava do meu lado: 32. Cxd3 - Dg3+; 33. Rh1 - g5.
Tal como ontem uma transcrição do post de 2005:
"Dâmaso executou o último lance com uma expressão na cara de "Desculpe-lá". Petrificado, eu deixei passar os últimos segundos no relógio: Th6 mate, como é possível?? Esta reviravolta foi demais, o cérebro deixou de funcionar, a seta caiu...
No bar o mestre ofereceu-me uma bebida alcoólica, um gesto simpático e muito a propósito nestas circunstâncias.
Agora o caro leitor pode pensar; "Porque é que a jogada 32. Cxd3 não vem aqui ornamentada com não sei quantos pontos de interrogação?" Resposta: "Porque a jogada 32. Cd3 não perde!" (mas, digo agora, foi claramente uma jogada do campeonato de Absurdistão e por isso merecia os pontos de interrogação!). Depois de 32. Cxd3 (??) - Dg3+; 33. Rh1 - g5; 34. Cf4! as pretas não têm melhor do que 34...Th6+; 35. Ch5 - Txh5+ e xeque perpétuo na mesma; 34. Cf4 - e5!? (sugestão de Dâmaso); 35. De4! até dá vantagen às brancas (Fritz).
Às vezes temos mesmo vontade de abandonar esta modalidade..."

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