Só quatro equipas da 1ª Divisão ficaram isentas e não há emparceiramento dirigido para evitar encontros "prematuros".
Foi também um regresso à "cabana" no Parque de Jogos S. João de Brito em Alvalade, há uma década o espaço do Plano de Xadrez de Lisboa, agora a morada da AXL. Foi lá que o encontro da Taça foi disputado por causa da intensa actividade na sede do nosso clube (torneios preliminares do Campeonato Individual de Lisboa).
Alinhamento da nossa equipa: Mestre Fernando Silva, Marinus Luyks, Paulo Cruz, Renato Vasconcellos, tive a honra de ser capitão por indicação do Rui.
Peço ao Renato Vasconcellos (se lhe apetecer) para fazer o relato do seu jogo, pois nas primeiras horas estive praticamente colado à minha cadeira: uma abertura invulgar do meu adversário exigiu profunda ponderação em cada jogada. Mas parece-me que o Renato jogou uma Siciliana muito sólida, ele ganhou uma qualidade e alguns peões sem dar hipótese de ataque ao adversário André Pinto.
A primeira posição que vi ao meu lado foi a seguinte:
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No entanto, verdade é que ele ganhou o seu jogo em menos de duas horas, um ponto a dar confiança à equipa e caso para dizer: nada se questiona, nada se critica :) Bravo!
Hoje de manhã estive um tempinho entretido com a reconstrução (de cor) da última parte da partida entre Mestre Fernando Silva e Afonso Rodrigues. Foi uma variante Stonewall da Defesa Holandesa.
Na posição do diagrama aqui em baixo Fernando tinha acabado de jogar 1. e4 (não sei o número da jogada, claro). Com Afonso em apuros de tempo eu já contava o ponto, mas não foi tão simples:
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Como já referido: na minha partida contra Alberto Fernandes fui obrigado a pensar desde o início do jogo.
Alberto Fernandes - Marinus Luyks (Nimzo-Larsen Attack)
1. b3 - e5; 2. Bb2 - f6!? no ano passado Fernando Silva ensinou-nos uma variante com 2...d6, mas claro: esqueci-me de tudo!
A jogada 2...f6 foi recomendada por Bobby Fischer, por isso não deve ser tão má... 3. e4 - Cc6; 4. f4!? - Bc5; 5. Cf3 - d6; 6. Bb5 - Ce7; 7. d4 - exd4; 8. Cxd4 - 0-0; 9. Bxc6 (a conquista do par de bispos pode sair cara às brancas: 9. Bc4+?! - Rh8; 10. Ce6 - Bxe6; 11. Bxe6 - f5! com vantagem negra) - Cxc6; 10. Cxc6 - bxc6; 11. Cd2
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Resultado: GX Alekhine - Clube EDP 3,5 - 0,5, uma grande vitória!
9 comentários:
Bom relato Marinus.
Só um pequeno reparo: na minha partida, não se trocaram os bispos em e3. Foi pior, deixei que um dos cavalos do meu adversário me eliminasse o bispo aí alojado (os muitos acérrimos defensores do par de Bispos acharão tal comportamento uma heresia).
Obrigado pelo reparo, Paulo.
É que já vi várias partidas (do Mestre Sérgio Rocha, por exemplo) onde a tal troca de bispos se efectuou, em geral com as cores trocadas (Bxe6 - fxe6 então), daí a minha conclusão errada.
Mas meritório ainda a tua vitória preciosa! Não queres publicar a partida toda (enviar para o administrador Renato, por favor...:)
Um cavalo a eliminar um bispo é mais do que uma heresia, é uma blasfémia, só comparável com a cena daquela italiana louca a derrubar o Papa na noite de Natal.
Pessoalmente também não ligo muito a um par de bispos. Aliás, com a nova legislação em vigor já podemos falar em CASAL DE BISPOS!!
Gay & Dirty Old Men, sem dúvida :))
...MAIS MERITÓRIA ainda...
Ideias inovadoras(já todo um clássico!) costumam distinguir o jogo do mestre Paulo+. Logo se são pares de bispos, de cavalos, o do que for...tudo serve para deixar pairar a deusa Caissa sobre o tabuleiro bicolor.
Parabéns a todos os jogadores pelo feito ante um duro rival.
E que, claro, continuem os êxitos!:)
Excelente análise, sem dúvida! mas essa do casal de bispos está mesmo muito boa! :) Ainda me estou a rir! Se não tiver de pagar direitos de autor, acho que daqui para a frente vou adoptar essa designação!
Obrigado pela dica, caro anónimo, vou já assegurar a minha patentezinha acerca da expressão "casal de bispos" num próximo post!
Quando os elementos são da mesma espécie diz-se par e não casal. Nínguém diz "que bom casal de mamas!!" ou " eu queria um casal de peúgas" ou, ainda "que valente casal de cornos"
É,definitivamente, par de Bispos...
Não concordo, Anónimo: se os bispos agora podem casar (pela Lei, mas desobecendo a Roma, claro), então porque não podem ser um casal...?
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