Pessoalmente só consegui participar (com muita pena) na primeira parte da competição por causa de compromissos artísticos em Almada nos dias 29 e 30 de Julho.
Aliás, cheguei ao Porto já com uns dias de antecedência por causa de actuações para a Fundação do Gil (música para crianças hospitalizadas). Depois do trabalho, ao fim da tarde costumo fazer um passeio na Ribeira....
...com paragem obrigatória na Casa Vinologia "Port Wine Shop" (Rua São João 46), onde vou buscar com regularidade uma garrafa de Tawny de pequenos produtores (as minhas preferências: Quinta dos Murças, Quinta Sta. Eufémia).
O Alberto chamou-me no seu último post "Editor-in-chief" deste blogue, isto parece-me honra a mais, mas é um facto que estou em perfeita sintonia com "O Gato do Alekhine"...
... senão veja na foto aqui acima (clicar para ampliar): na quinta-feira o nosso bicho já tinha encontrado o seu nicho numa pipa de demonstração da Casa Vinologia!
O meu trabalho no Porto terminou na sexta-feira à tarde, por isso não fez sentido regressar a Lisboa e voltar a Gaia na manhã seguinte: mudei simplesmente de hotel.
Ao chegar ao "Gaiahotel" na Avenida da República fiquei um pouco preocupado: obras na linha do metro, entre as quais o asfaltar da estrada, um barulho infernal de brocas, berbequins, camiões e cilindros. Felizmente as obras não continuaram com essa intensidade no fim-de-semana.
O nosso grupo preliminar da competição só tinha três equipas: a SIR Elvas desistiu da prova.
Por isso no sábado dia 24 o GX Alekhine estava isento, vimos os Ferroviários do Barreiro vencer o GD Ferreira Dias por 3,5 - 2,5.
No sábado à noite acompanhei o nosso ilustre presidente e a sua esposa num passeio até ao rio Douro. A Ribeira do Porto é mais bonita, vista do lado de Gaia...
O presidente Amadeu é discreto, não gosta de aparecer em fotografias, por isso esta imagem (tirada à socapa) ficou assim, mas acho que é bonita na mesma...
Nas circunstâncias do nosso grupo preliminar uma vitória garantia já a permanência. Não aconteceu: perdemos por 2-4, mas o resultado inverso era perfeitamente possível.
Destaque para a bela vitória no primeiro tabuleiro do mestre Fernando Silva contra o jovem talento Jorge Viterbo Ferreira: uma triangulação do Rei num final exemplar Rei + três peões contra Rei + Bispo decidiu a questão (infelizmente ainda não há partidas em PGN no site da FPX).
Só que nos outros tabuleiros as coisas deram para o torto, no fim deste post a minha própria expiação...
Vantagem: mais espaço, (grande) desvantagem: mais calor por ausência de ar condicionado.
A coincidir com a vaga de calor lá fora (perto de 40 graus) o ambiente na sala de jogo tornou-se infernal nos três dias que joguei lá (espero que tenha melhorado entretanto).
Para salvar-se ainda na primeira fase o GX Alekhine tinha de vencer os Ferroviários do Barreiro por 4-2, missão impossível: perdemos por 5-1, mas foi uma derrota exagerada.
Fernando empatou um final de torres que estava ganho, Rui esteve mal na abertura mas depois falhou um ataque ganhador, eu tive uma vantagem contra ex-Alekhinista Andriy Ferents, mas não consegui mais do que um empate.
Fomos então relegados para a Final B, a lutar contra a descida de divisão.
Os primeiros resultados:
* GX Alekhine - GD Diana 1-5 (empates de Fernando Silva contra Kevin Spraggett e de Rui Marques contra Miguel Hurtado Llanes);
* FC Barreirense - GX Alekhine 3 - 3 (empates de Alberto Eggert contra Rui Dâmaso e de Rui Marques contra Thomas Saatdjian, vitórias de Marinus Luyks contra Stephane Saatdjian e de Paulo Cruz contra Vasco Ramos).
Como referido, a transmissão das partidas (tanto on-line como em PGN) deixa muito a desejar.
Para já um "mea culpa": sempre aprendemos mais com as nossas derrotas do que com as nossas vitórias...
Após uma abertura recambolesca (Gambito Milner-Barry na Variante do Avanço da Defesa Francesa) chegámos à posição do diagrama: 27. Ted1 melhor 27. Te5 - Td8; 28. Txd8+ - Dxd8; 29. Txh5 =, diz Fritz - Dxb2!; 28. De4 - e5?! 28...Tg6!; 29. Dh7 - Th6; 30. Df5 - Dxa2!; 31. Dxe5? Carlos Oliveira é "Barreteiro" diz o nosso capitão Rui, correcto era 31. Td8+ - Txd8; 32. Txd8+ - Re7, 33. Td7+ - Re8, 34. Tc7! - Dd5; 35. Tc8+ etc. empate - De6?? em 2010 só joguei uma única partida (pela Taça, contra Alberto Fernandes - EDP, http://ogatodoalekhine.blogspot.com/2010_01_01_archive.html) e agora esta falta de prática fez-se sentir nos apuros de tempo: ganhava 31...Tae8!; 32. Td8 - The6! (não 32...De6??; 33. Db8 +-); 33. Txe8+ - Txe8 (não 33...Rxe8??; 34. Db8+ e mate); 34. Dxh5 - Rg8! -+; 32. Td8+ - Txd8; 33. Txd8+ - Re7; 34. Dc7+ - Rf6; 35. Td6 (1-0, 59), não há fortaleza na ala de rei.
Posição no diagrama após: 1. e4 - e6; 2. d4 - d5; 3. Cd2 - Cf6; 4. Bd3 - c5; 5. e5 - Cfd7; 6. c3 - Cc6, 7. Cgf3!? uma variante chata para as pretas - g6; 8. h4 - Db6 na preparação vi com o Rui umas variantes com 8...h6, mas depois mudei de ideias, cada um o seu estilo...; 9. h5 - g5!? o sacrifício do peão g5 acontece muitas vezes na variante Tarrasch da Defesa Francesa com 3...Cf6;
10. Cxg5 - cxd4; 11. cxd4 - Cxd4; 12. Cdf3 - Cxf3+ logo depois da partida considerei isso menos bom, mas provavelmente sem razão: 12...Cc6?!; 13. Cxh7 - Ccxe5; 14. Cxe5 - Cxe5; 15. Cf6+ - Rd8; 16. Bg5 - Be7; 17. b3 - Db4+; 18. Rf1 - Rc7!?; 19. Tc1+ - Rb8 é possível segundo Fritz, com ligeira vantagem branca, mas é preciso coragem...; 13. Cxf3 - Cc5; 14. Bc2 - Bd7; 15. 0-0 - Ce4; 16. Cg5 - Cxg5; 17. Bxg5 - h6?? 17...Bg7 com bom jogo; 18. Bf6 - Tg8; 19. Bh7 - Tg7 19...Tg3 não resolve nada...; 20. Bxg7 - Bxg7; 21. Dg4 - Bf8; 22. Df4 - Db4; 23. Dxb4 - Bxb4; 24. Tac1 - Bb5; 25. Tfd1 - Be2; 26. Td4 - Ba5, 27. Ta4 - Bb6; 28. Ta3! e a compensação pela qualidade foi insuficiente.
Reabilitando-me um pouco, ganhei no dia seguinte uma partida Gambito Volga complicada contra um jovem francês do FC Barreirense, acho que foi a primeira vez que tinha que dar mate com Rei + Dama contra Rei + Torre!
Agora vamos todos torcer pela nossa equipa, amanhã vai ser decidida a permanência na 1ª Divisão!
5 comentários:
Barreteiro?
:)) Pois, caro Carlos, é o perigo dos blogues!
Ainda por cima a escolha da palavra não é minha... (seria também difícil para um estrangeiro).
Parece-me que em termos de xadrez um "barreteiro" é alguém que não só "vende" mas também sabe enfiar e bem um barrete na cabeça do adversário, tapando-lhe os olhos, para que o pobre não se aperceba das intenções maléficas do "barreteiro".
Claro que esta táctica costuma ser especialmente eficaz nos apuros de tempo (como foi provado na nossa partida).
Por acaso: não sei se a jogada 31. Dxe5 foi um barrete (= um risco calculado!?) ou simplesmente uma jogada intencional, facto é que essa vontade irresistível de encostar a minha dama à tua custou-me caro.
No hard feelings, ofcourse, it's all in the game :)!
Na verdade pareceu-me ser o melhor lance, vi que 31..Te8 era unica e estava a pensar jogar 32.Te7, 32...Te6, não me recordo do resto da variante e ainda não analisei com o Fritz, pensei que estava pior, mas que poderia conseguir empatar. Não calculei a maioria das variantes que mencionaste, a ideia de Te5 pareceu-me perigosa porque depois de Td8,Txd8,Txd8 pensei ter problemas na minha 1º linha...
Abraço
Entretanto já sabemos os resultados de hoje, dramáticos para o GX Alekhine que falhou a manutenção por meio ponto...
Vamos acalmar um pouco, aguardar o regresso à casa dos heróis cansados.
Depois convido os caros colegas bloguistas Alberto, Rui e Renato para partilhar aqui as suas experiências neste torneio.
O.K. Carlos, aguardo o nosso próximo encontro!
(Mas receio que a idade vá perdoar cada vez menos ao Dirty Old Man...).
Na variante 31...Te8; 32. Te7 - Te6!; 33. Txe8+ - Txe8; 34. Dd6+ - Rg8; 35. Dxc6 - De2 ou 33. Txe6 - Dxe6; 34. Dxh5 - Rg8 parece-me que as pretas ficam com dois peões a mais. Mas é tudo bastante complicado nos apuros.
Enviar um comentário