Ontem na quinta ronda do Campeonato Nacional Absoluto Individual aconteceram coisas inexplicáveis em dois finais de torres (http://www.fpx.pt/online/cna2009/final/5/aovivo ).
Durante mais de vinte jogadas o campeão nacional António Fernandes tentou ganhar um final completamente enpatado contra o jovem André Viela, mas na posição do diagrama 1 ele parecia ter-se conformado com o inevitável: 50. Td5 pois a troca de torres dá um empate elementar, mesmo ganhando as brancas o peão; no entanto, aconteceu... - Ta4+?; 51. Rf5 - Ta6; 52. Td7+ - Rg8; 53. Re4 e as pretas perderam por tempo! "Enervou-se durante os apuros", foi o testemunho do nosso colaborador RFM, mas 30 segundos de incremento parece tempo suficiente para decidir jogar 50...Txd5, ou não!?
Possivelmente Viela "viu" a posição uma fila mais para cima (peões em g5 e g6)? Nesse caso sim, o final de peão estaria sempre ganho para as brancas, com ou sem oposição do Rei branco...
O outro "caso" foi o final da partida Jorge Fereira - Rúben Pereira.
No diagrama 2 o jovem jogador das brancas, uma autêntica revelação neste torneio, tinha acabado de jogar 67. f6 decisivo - gxf6; 68. Txf6+ - Re7; 69. Txh6 - Tb4; 70. g5 - Tg4; 71. g6 - Rf8; existem algumas posições no final Torre + 2 Peões contra Torre que dão empate, mas esta não me parece uma delas: o que fazem as pretas após 72. Th7?
Em vez disso: 72. g7+? - Txg7; 73. Tg6 - Tf7; 73. Ta6 - Tf1 e empate vinte jogadas mais tarde.
Será que foi o Harry Potter que andou por aí com a sua varinha mágica a enfeitiçar as torres!? (post "Torre mágica", 2 de Setembro)
4 comentários:
Na partida Fernandes Viela, de facto trocar as torres era um final de empate elementar, mas não trocar também é um empate completamente "morto" - com o peão de cavalo é completamente impossível ganhar - até se pode defender na passividade completa com a torre na primeira e esperar.
O que se passou foi que houve uns "enervanços" extra tabuleiro, uma caneta que não escrevia e outras coisas - não foi problema de falta de técnica.
Já o Jorge Ferreira mostrou que sabe toneladas de finais de torre, mas quando chegou à parte do bom senso e da paciência, que também fazem parte da técnica, as coisas já não foram tão bem...
Enfim, dois jovens que ainda vão progredir muito.
O.K. Rui, está explicado (quer dizer, a caneta não tem explicação: ninguém emprestou ao jovem imediatamente uma caneta!?), mas contra Fernandes nos incrementos eu trocava as torres, pelo seguro!
Um jovem campeão seria bom, por favor não um dos ex-campeões...
Aliás, os seis empates de Dâmaso até agora, 71 jogadas no total, são alguma forma de protesto?
São empates ainda consideravelmente mais "foleiros" do que os meus na 2ª Divisão :)).
O torneio é sem dúvida interessante como confronto de gerações, mas como Campeonato Nacional é um fracasso total com a falta de uma dezena de mestres 2400+. O vencedor terá na mesma os seus direitos em termos de representação de Portugal em eventos internacionais?
Já estou a ver novas cenas nas Olimpíadas, etc. Mais batatas quentes para a nova Direcção da FPX?
No início da última ronda amanhã: 1. Rúben Pereira 5,5 (brancas contra Cordovil); 2. António Fernandes 5 (pretas contra Carneiro).
Para um ou outro o "meio pontito a mais", conquistado nestes dois finais de torre, pode significar o título!
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